Jesus, O Senhor do sábado.
Jesus, O Senhor do sábado.
O entendimento correto das Escrituras nos ajuda a compreender a vontade de Deus.
Lc 6.1-5
Novamente vemos o Senhor Jesus sendo acusado pelos fariseus de estar fazendo o que não é permitido, segundo as regras que eles criaram. Fico pensando sobre o por que os fariseus criaram tanto ódio por Jesus. Gastavam tanto tempo perseguindo-o para achar alguma falta na qual eles pudessem acusá-lo. Mas, Jesus sendo perfeito, não tinha do que ser acusado, pois ele é perfeito em seu modo de viver, Ele é Deus. Jesus veio combater o erro que eles pregavam, falando e ensinando a Verdade, a Palavra de Deus( Jo 17.17). É por isso que ódio que eles tinham por Jesus só aumentava.
Agora, vemos Jesus e seus discípulos andando no campo colhendo espigas. E o que eu acho interessante é que os fariseus apareciam do nada. Como se estivessem escondidos esperando alguma oportunidade para falar. Nesta situação, onde eles estão colhendo espigas e comendo, os fariseus chegam logo fazendo uma acusação:
Por que fazeis o que não é lícito aos sábados?
Por que não era lícito?
O que havia de errado em colher espigas e comer num sábado?
Em Dt 23.25 Deus dá uma provisão para os viajantes, e era exatamente isso que os discípulos estavam fazendo. No livro de Mateus acrescenta que eles estavam com fome. Devemos lembrar que os discípulos deixaram tudo para seguir a Cristo. Então o que eles fizeram era lícito perante Deus.
Para os fariseus, o erro estava em fazer algo no dia de sábado, porque eles entendiam mal o quarto mandamento(Ex 20.8). Eles acrescentaram várias outras coisas que, para eles, era proibido fazer no sábado.
Podemos dizer que os fariseus eram:
- Legalistas
Pois criavam regras que nem eles podiam cumprir. Fazendo que o povo judeu sentisse um fardo enorme tendo que cumprir essas regras (Mt 23.2-3). Podemos dizer na linguagem de hoje que eles engoliam um elefante e se engasgavam com um mosquito. O dia do sábado, para eles, era a personificação absoluta do seu sistema legalista.
- Sem misericórdia
Qualquer um que fosse pego descumprindo as suas regras já era condenado de violar o sábado. Temos um exemplo em João capítulo 5.5-11, onde Cristo curou um homem que estava paralítico já fazia 38 anos. Jesus disse: levanta-te, toma o teu leito e anda. O homem obedeceu ao que Cristo tinha ordenado, tomou o seu leito e andou, mas quando fez isso os judeus em vez de se alegrarem com o milagre, o acusam de violar o sábado(vv10). Mesmo diante do argumento dos judeus, o homem reconhece que aquele que o curou era maior que o sábado, dizendo: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda (vv11). É como se ele estivesse pensando: Se o homem que me curou tem poder sobre a doença, a autoridade dele é maior do que a tradição de vocês. Mas o problema real está no versículo 16, onde os judeus perseguiam Jesus porque ele fazia coisas no sábado. Curar uma pessoa no sábado era uma coisa terrível para os judeus.
- Sem o conhecimento correto das Escrituras
Voltando ao nosso texto, Jesus combate os erros dos fariseus usando as Escrituras (vv 3-4). Nem ao menos tendes lido...? Não lestes...? (Mt 12.3) ou não leste na lei...?(vv5) Nunca leste...? (Mc 2.25). Os fariseus deviam ficar com mais raiva, pois eles decoravam o Antigo Testamento, e com certeza já tinham lido a passagem que Cristo citou, porém eles não tinham entendimento. Jesus usou como exemplo o rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, o herói dos judeus para confrontá-los e ensiná-los o verdadeiro significado do sábado. A transgressão do rei Davi para com a lei cerimonial, onde os pães só podiam ser comidos pelos sacerdotes, foi permitida por causa da necessidade, pois ele e seus companheiros estavam com fome e poderiam até mesmo morrer se não comessem, vemos isso em I Sm 21.1-6. Jesus fala, também, no evangelho de Marcos que Davi fez o que não é lícito quando se viu em necessidade e teve fome (Mc 2.25-26). A misericórdia e a compaixão são muito mais importantes do que a cerimônia, muito mais importante do ritual. Davi foi autorizado a violar a lei divina para cumprir a verdadeira lei da misericórdia. Certamente, Jesus e os discípulos poderiam violar uma lei humana para cumprir a verdadeira lei da misericórdia.
Em Mt 12.5, o Senhor Jesus dá outro exemplo, os sacerdotes. Por causa das obrigações do templo, os sacerdotes trabalhavam no sábado e não eram condenados por causa disso. Eles acendiam as fogueiras para fazer os holocaustos, matavam os animais. Diante destas duas perguntas os fariseus ficaram em silêncio, não tinham o que responder. Novamente Jesus declara que eles não entendem as escrituras citando Os 6.6: Misericórdia quero e não holocaustos.(Mt 12.7)
O sábado era para ser um dia de alegria, foi feito para o homem (Mc 2.27), deve ser um dia de descanso, recuperação, restauração, adoração. Mas os fariseus e escribas hipócritas tinham desenvolvido todos os tipos de coisas para fazer do Sábado o pior de todos os dias, por causa de suas tradições. Cristo combate o ensino deles mostrando que um ato de misericórdia é superior a um ato cerimonial.
Jesus afirma a sua divindade usando o título messiânico Filho do Homem, o seu preferido, para mostrar a sua autoridade sobre o dia de sábado. O sábado foi instituído por Deus. Ele criou o sábado. Ele sabia o que podia fazer.
APLICAÇÕES...
O nosso maior exemplo de vida é o Senhor Jesus Cristo, sempre usando as Escrituras. Tendo-a sempre em Sua mente, para ser usada em todas as situações. Assim como Jesus veio combater o erro com a verdade, nós devemos fazer o mesmo. Proclamando a verdade, a Palavra de Deus, e combatendo os falsos ensinos. Mas, para isso, devemos primeiramente ler, estudar, e aplicá-la em nossas vidas.
Como vamos combater as falsas doutrinas se não conhecemos a Verdade?
Pense um pouco, quanto tempo você tem como uma nova criatura? Um ano, dois, cinco?
O seu conhecimento bíblico é proporcional a este tempo?
Se não, você vai apenas balançar a cabeça e continuar do mesmo jeito?
Nunca devemos estar satisfeitos pelo o tanto que conhecemos da Bíblia, pois sempre terá algo para se aprender. Esdras, que era escriba, ou seja, conhecia muito bem a Lei do Senhor, tomou a decisão de buscar, para cumprir e só depois ensinar a Lei do Senhor em Israel(Es 7.10). Charles H. Spurgeon, considerado o príncipe dos pregadores, fala um pouco da sua experiência de pregar a Bíblia:
Depois de pregar o evangelho durante quarenta anos, e imprimir os sermões que preguei durante mais de trinta e seis anos, chegando agora a 2200 sermões, feitos em semanas sucessivas, ganhei o direito de falar sobre a superabundância e riqueza da Bíblia como o livro do pastor. Irmãos, ela é inesgotável. Se permanecermos junto ao livro sagrado não teremos nenhum problema de frescor nos textos. Não há dificuldade alguma para encontrar temas totalmente distintos daqueles que tratamos antes; a variedade é tão infinita quanto a plenitude. Uma longa vida será suficiente apenas para margear as costas desse imenso continente de luz. Em meus quarenta anos de ministério só toquei a orla da veste da verdade divina, mas quanta verdade fluiu dela! A Palavra é como seu Autor, infinita, imensurável, sem-fim[1].
Portanto irmão, conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor(Os 6.3). Esta dever ser a nossa principal tarefa a cada dia.
Juntamente com isso, precisamos orar. Pedindo a Deus mais entendimento para compreender a Sua Palavra. O Espírito Santo, que habita em nós, nos ajudará a entender o livro que Ele mesmo escreveu. É um privilégio termos o melhor professor junto de nós. Privilégio este que muitas vezes não damos o devido valor. Devemos pedir para que o Santo Espírito ilumine as nossas mentes, e abra os nossos olhos para vermos o que Deus quer para nossas vidas. Para que não sejamos como os fariseus, sabiam algumas coisas sobre Deus, que Ele é Santo, Justo, Misericordioso, mas não tinham comunhão com Ele. Suas vidas não condiziam com Deus.
Através da Bíblia aprendemos mais sobre Deus, pois Ele se revela nela. Aprendemos a ser mais misericordiosos, a ter uma vida santa que venha realmente agradar a Ele. Somente através das Escrituras poderemos saber qual é a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).
Servindo com alegria,
Henrique Prudêncio.
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