O SERVO DE DEUS E A POLÍTICA


IGREJA BÍBLICA BATISTA DO PLANALTO
Escola Bíblica Dominical (25.09.2010)                             
O SERVO DE DEUS E A POLÍTICA
Pr. Jenuan Lira
               
                Esse é um tema sensível sobre o qual se despertam debates e contendas sem fim, que para nada servem, exceto para desviar nosso coração da missão que Deus nos deu.
                Mas nós fomos criados para viver em sociedade, compartilhando a vida com outros. Estamos inseridos em uma sociedade que precisa de autoridades com meios para cumprir as leis que, idealmente, servem para o bem de todos. Cuidar da ordem e desenvolver recursos para o benefício comum é a razão da política. Dela se ocupam as autoridades civis, que são instituídas por Deus (Rm. 13:1).
Olhando desse prisma, nada há de ruim na política em si. Quando é feita de maneira ética, representa a bênção de Deus para minorar o desequilíbrio que o pecado trouxe ao homem (Pv. 11:11).
Contudo, consideremos que nosso mundo não tem jeito. Está destinado à destruição pelo juízo de Deus. Nunca vamos resolver todos os problemas sociais por meio de leis e de governantes. A  paz e a prosperidade está além da capacidade humana.   A única possibilidade seria se tivêssemos um governante perfeito e de poder absoluto.  Por isso, vamos aguardar até o estabelecimento do reino de Deus para experimentar paz  e justiça sem fim (Is. 9:7; 26:10-13). A cidade de Deus será obra de Deus, não do homem.
                Porém, enquanto o Reino não vem, devemos viver neste mundo como sal e luz, fazendo o melhor para o bem de todos. Promovendo a paz,  socorrendo os necessitados , amando o próximo como Jesus ensinou. E, já que vivemos num país democrático, e somos chamados a expressar nossa vontade por meio de representantes eleitos pelo voto, conforme capítulo IV da nossa Constituição Federal, promulgada em 1988, devemos fazê-lo da melhor forma possível, dando um bom testemunho de Cristo pelo modo e propósito como fazemos.

Pv. 11:38; 28:12,28

NOSSA  DUPLA CIDADANIA

                Reconhecer quem somos fará grande diferença na hora de nos posicionarmos em relação a questões políticas, quaisquer que sejam. O servo de Deus tem uma identidade singular, pois está debaixo de dupla submissão, sendo cidadão de duas pátrias. 
               
1.       A Cidadania dos Céus 

Se confessamos com a nossa boca que Jesus é o nosso Senhor, então nosso primeiro compromisso é com o Seu Reino. Nossa oração será, antes de tudo... “venha o teu reino, seja feita a tua vontade”.  Somos, antes de tudo, representantes dos interesses do reino de Deus (Fp. 3:20-21). Ele é o nosso Soberano. Sua verdade é o nosso guia e com Ele estamos comprometidos de modo pleno e irrestrito. Nossa lealdade a ele supera todas as outras, inclusive para com aqueles que ocupam lugar especial no nosso coração (Lc. 14:25-27). 
Desde que Jesus nos salvou, este mundo deixou de ser o nosso lar. Não mais nos identificamos com o sistema em que vivemos e agora somos peregrinos em busca da nossa pátria celeste (Hb. 11:13; 13:14).
Estamos no mundo, mas não somos do mundo.  Portanto, nosso alvo é buscar em primeiro lugar o “Seu reino e a Sua justiça” (Mt. 6:33; Jo. 15:19).

2.    A Cidadania da Terra

       Apesar da nossa cidadania celeste, ainda permanecemos no mundo, pois temos uma missão: fazer dsicípulos de todas as nações. Assim, o cristão deve contribuir para que a sociedade funcione da melhor maneira possível, agindo segundo lhe é permitido, para que a sociedade desfrute da tranquilidade que lhe seja possível alcançar.
      A história bíblica relata de servos de Deus que foram uma bênção para a sociedade em que estavam inseridos, assumindo, inclusive, posições políticas de destaque. Desse modo, aproveitando a autoridade que lhes fora conferida, podiam manifestar o amor de Deus aos que estavam em sofrimento.  José, por exemplo,  contribuiu para o bem dos egípcios e de vários povos que lhe procuraram na época da grande fome (Gn. 41).
       Daniel foi um instrumento de bênçãos  em vários reinos. Sua comunhão com Deus abençoou até pessoas que viviam e criam de maneira diferente da dele (Dn. 2:24). Isso mostra que, a posição política não deve ser usada para beneficiar a um grupo específico, mas deve ser exercida para o bem de todos, inclusive os que são nossos oponentes.  

O QUE É DE CÉSAR
“Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mat 22:20-21)

                Com cidadãos da terra, temos obrigações bíblicas para com os governantes. Lembremos que, independente da forma com exercem sua autoridade, os governos são  em última análise, instituídos por Deus (Rm. 13:1-2). Os governantes podem ser corruptos e maus, mas a idéia é boa, sendo uma provisão de Deus para prevenir a anarquia que sempre é um resultado do pecado.
                Por isso, a Bíblia nos ordena a cimprir nosso dever para com as autoridades. Em termos civis, somos chamados a duas responsabilidades: obediência e pagamento de impostos (Rm. 13:7). Além disso, somos exortados a orar pelas autoridades (I Tm. 2:1-2). E devemos lembrar que os governantes da época de Jesus e de Paulo eram tiranos e maus (Jo. 19:11).

A HORA DE VOTAR

                O crente não tem opção. Sua obrigação é participar da escolha dos representantes do povo exercendo a  chamada “soberania popular”, como diz a nossa constituição no capítulo IV, Artigo 14. Apesar do dilema que enfrentamos, não há meio de ser diferente. O nosso governo exige.
                Mas podemos exercer esse dever cívico levando em conta alguns parâmetros...

1.       Nossa cidadania celeste deve orientar nossa prática diante das eleições. Os princípios da Palavra de Deus devem ser o teste na hora de exercer o direito de votar . Nosso voto deve ser dado com a certeza de que estamos fazendo o melhor que podemos diante de Deus e da nossa consciência. Procuremos, pois, aqueles que, mesmo não sendo servos de Deus, defendem princípios bíblicos para o bem social. 

2.       Busque a orientação de Deus em oração para a escolha dos candidatos. Esses candidatos estarão sobre nós e nosso povo. Aqueles que não tem vocação  política, mas são meros oportunistas, jamais deveriam receber o voto de um crente. O crente não deve usar o voto com meio de deboche e expressão da corrosão moral que desponta no nosso meio.  Apesar do que diz Tiririca, pode ficar pior, sim. Muito pior.

3.       Jamais venda o seu voto, por dinheiro ou por promessas. Votar assim, seria pecar contra Deus e contra a nação. Benefícios pessoais nunca deveriam fechar nossos olhos para a prática desonesta e corrupta de alguns políticos. Por isso mesmo, não podemos assumir cegamente uma opção partidária. 

4.       Nunca vote em candidatos que irão por obstáculo ao evangelho e estão forçando a sociedade a aceitar aquilo que é contrário à Palavra de Deus (aborto, homossexualismo, autoritarismo, etc.).

MOTIVOS DE ORAÇÃO... PERIGOS QUE ENFRENTAMOS NO ATUAL MOMENTO POLÍTICO

1.      O projeto de um governo autoritário, autocrático, absoluto – nenhum governo conduzido por  pecadores poderia assumir propriamente esse tipo de comando. A crise com a imprensa deve nos deixar alertas.

2.      A aceleração de leis e projetos que promovem a degradação social  e o clientelismo.

3.      A corrosão das instituições que mantém o equilíbrio social por meio dos três poderes.

4.      Um modelo de governo que promove a corrupção e vicia o povo, usando de artifícios para atingir propósitos excusos.

CONCLUSÃO...

                Façamos o melhor que nos for permitido, mas nunca esqueçamos que Deus é soberano sobre tudo e sobre todos. Ele é soberano sobre Satanás e o pecado (Jó 1:12; Lc. 5:21), sobre os governos e poderes militares (II Cr. 20:6, 12,20-30); sobre a natureza e os desastres naturais (Sl. 107:29; Na. 1:3-6); sobre males e doenças (Jo. 9:3; 11:4; Ap. 21:4); sobre todos os seres humanos (At. 13:48; R. 9:17-18; Pv. 16:9, 19:21; Tg. 4:13-15).
                Descansemos na certeza de que Deus está no controle e tudo faz como Lhe agrada (Sl. 115:3; Ef. 1:11).
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