Disciplina na Igreja


Disciplina na Igreja
Jim Elliff  & Daryl Wingerd – Editora Fiel

No inicio do livreto, Jim Elliff comenta a história de seu pai, ministro do Evangelho, na qual ele cometeu adultério com a sua secretária, e que a igreja recusou-se a discipliná-lo, onde é relatada com mais detalhes Revista Fé para Hoje – n° 31. Esta atitude tomada pela a igreja foi, comenta o autor, porque ela não era acostumada a esse tipo de ação, mas também por causa da posição de seu pai na igreja e na cidade. Ele comenta que, se a igreja na época do adultério do seu pai o tivesse disciplinado, poderia, talvez, ter evitado que ele se separasse de sua esposa, como é relatado no artigo.

O Autor tem a convicção que é responsabilidade da igreja exercer a Disciplina Bíblica sobre os membros que erram e deixa claro no seu livro que a disciplina é para corrigir e restaurar os membros, quando caem em pecado, mantendo assim a pureza da igreja, conforme o Senhor Jesus diz em Mt 18:15-20.

Ele classifica cinco níveis de comportamentos pecaminosos em que a disciplina eclesiástica poderá ser aplicada. Mas enfatiza que cada caso é um caso, e que a igreja deve exercer a disciplina com oração, com a aplicação das Escrituras e na dependência do Espírito Santo.

Caso 1: Falhas Menores

São casos onde não precisam de uma disciplina, e sim de uma confrontação direta com a pessoa. Por exemplo, se a pessoa reclama demais, é mesquinha, murmura, é impaciente de vemos revelar as falhas em vez de recorremos à disciplina( Pv 10.12; Rm 15.1; I Pe 4.8), mas com o cuidado de tentar tirar o “argueiro” do olho do nosso irmão, se temos uma trave no nosso(Mt 7: 1-5).

Caso 2: Pecados que não podem ser confirmados

São casos em que  somente um  membro tem conhecimento, além dos envolvidos. São casos onde não se tem uma prova concreta, p.ex: quebra de um trato verbal sem testemunhas. Nesse caso o problema  deve ser tratado somente pelos envolvidos. Caso o culpado não queira se retratar, o caso deverá ser entregue a Deus, e não deve ser exposto a mais ninguém(Mt 18:16; Pv 25:8-10).

Caso 3: Ofensas de natureza pessoal

São aquelas que acontecem entre dois membros de uma mesma igreja. Por exemplo: insultos, calúnia, agressão física, etc. Neste caso a pessoa ofendia dever segui as instruções de Mateus 18:15-17.

Caso 4: Desobediência Pública

A desobediência pública é descrita como um comportamento pecaminoso que causa dano à unidade, à integridade doutrinária, à pureza ou à reputação da igreja como um todo. Essa categoria inclui falso ensino, facções, contendas, fofoca, calúnia contra a igreja ou seus líderes, insubordinação, imoralidade sexual,etc.

Em tais casos, os dois alvos da disciplina eclesiástica são:

• Proteger e preservar a unidade, integridade doutrinária, pureza e reputação da igreja (At 20.28-31; Hb 12.14-16).
• Identificar aqueles que começam a cometer pecados dessa natureza, empregar várias medidas bíblicas para convocá-los ao arrependimento e restaurá-los sempre que for possível (Gl 6.1; Tg 5.19-20).

Devemos sempre parar, orar, buscar conselho sábio e aplicar as Escrituras com cuidado, considerando cada caso individualmente.Todas estas diversas medidas intentam corrigir e restaurar, assim como manter a paz e a pureza. São aplicadas enquanto ainda existe esperança de arrependimento.

Caso 5: Iniqüidade Intolerável

Iniqüidade intolerável diz respeito a situações onde só resta um procedimento adequado: a exclusão do rol de membros.

O Autor cita três tipos de pessoas que devem receber este tipo de disciplina.

  1. Transgressores impenitentes — aqueles que se recusam a reconhecer seu pecado e a se arrependerem, mesmo após repreensão pública e exortação por parte de toda a igreja (Mt 18.17).


  1. Pessoas culpadas de ofensas gravíssimas — aquelas que cometem um pecado tão grave, vergonhoso ou notório, que, se não forem excluídas, podem manchar a reputação de Cristo e de sua igreja (Rm 2.21-24; 1 Co 5.1,5,13).


  1. Transgressores que são afamados por suas iniqüidades — cristãos professos que são conhecidos publicamente por pecados tais como heresia, apostasia, divisões, imoralidade sexual, embriaguez, lascívia, etc. O estilo de vida pecaminoso de tais pessoas as torna indistinguíveis dos descrentes. Em outras palavras, eles são tão caracterizados por falsas crenças, falso ensino, intenções destrutivas, afeições mundanas ou vidas imorais que não podem, por definição, ser consideradas cristãos (1 Co 5.11-13; 6.9-10; Gl 5.19-21; Tt 1.16; 1 Jo 1.5-6; 2.3-4; 3.9-10; 2 Jo 9-11)

Considerações finais

O resultado almejado da disciplina na igreja é sempre o arrependimento e a restauração do ofensor. As medidas empregadas, quer sejam em particular ou em público, devem sempre ser tomadas em espírito de amor, gentileza e humildade (Gl 6.1-2). Quando a restauração não ocorre, e a exclusão se torna necessária, ficamos felizes por ver preservada a pureza de Cristo e de sua igreja, mas devemos lamentar, individual e coletivamente, pelo fato de que alguém com quem mantínhamos comunhão tenha se revelado um incrédulo. Questões relativas à disciplina devem ser tratadas de imediato, logo que o pecado é descoberto. É inadequado adiá-las, uma vez que isso estimula a continuidade do pecado, mantém na igreja um clima tenso e desagradável e cria um sentimento de indiferença em relação ao comportamento pecaminoso.


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