ENTRE DOIS AMORES - I Jo. 2.15-17
O grande dilema em Romeu e Julieta que se apaixonaram antes de saber que pertenciam a famílias rivais. Romeu era um Montague e Julieta uma Capulet. O dilema estava em que não podiam mais amar suas famílias e um ao outro. No desespero, apaixonada, Julieta exclama: “Romeu, Romeu, onde estás. Nega a teu e recusa o teu nome. Ou se não vais fazer isso. Jura-me o teu amor e deixarei de ser uma Capulet”. Julieta estava entendendo que os dois amores não podiam coexistir nos seus corações.
Essa é uma boa ilustração para o que O Senhor nos propõe.
Se queremos amar a Deus, devemos entender que todo nosso coração deve ser
consagrado ao Senhor. Não podemos servir a dois senhores.
Segundo
a Bíblia, nossos três inimigos são o mundo, a carne e o diabo. No texto
anterior, João falou acerca do maligno. Agora ele fala acerca do mundo e da
carne.
Na
Bíblia, a palavra mundo tem três sentidos: 1. O universo material criado por
Deus; 2. As pessoas que habitam a terra; 3. O sistema ou mentalidade que rege a
sociedade. É neste último sentido que João está usando a palavra.
Neste
último sentido, o mundo é um grande inimigo dos que desejam servir a Deus. A
razão é que seu governador é Satanás. Vemos isso na tentação de Jesus, nas
palavras de Jesus (Jo. 14.30) – “príncipe
deste mundo”; no ensino de Paulo (II Cor. 4.4), Ef. 2.2 – “príncipe da potestade do ar, o espírito que
agora atua nos filhos da desobediência”; e na nossa própria epístola de em
I Jo. 5.19. Neste verso temos uma informação que deve nos afastar do sistema
que rege o mundo. João diz que o mundo jaz no maligno. O mundo está morto
espiritualmente por causa do domínio de Satanás.
“Os filhos de Deus devem ser extremamente vigilantes
para não ser tragado pelo ao mundo”.
I. O MUNDO ROUBA O NOSSO CORAÇÃO (v. 15)
Lembremos que o mundo não existe por si só. Ele tem um
espírito que lhe dá vida, que o deus deste século. Satanás é o mestre de todo
engano, sendo capaz de assumir diferentes faces, até de anjo de luz, para
roubar o nosso coração.
- Por que o mundo rouba o
nosso coração?
A. Porque o
mundo atrai nossa afeição – “não ameis”
A palavra denota afeição profunda e dedicada. A expressão
poderia ser lida: “não coloqueis o vosso
coração no mundo”.
Aqui temos um mandamento
quanto a não amar. Não há nisto nenhuma incoerência, pois o amor verdadeiro
nasce de um ato deliberado onde alguém decide amar. Amor não acontece, amor
nasce de uma decisão. Por isso João está dando essa ordem, afirmando: “não decidam amar o mundo. Vocês são
responsáveis por isso”. Neste caso não há inocência quando um crente em
Cristo se entrega ao sistema pecaminoso deste mundo. Nós amamos a quem ou
aquilo a que decidimos amar.
Você admite que está trocando o amor de Deus pelas coisas
do mundo? Pois admita também que você é plenamente responsável por isso.
B. Porque
o mundo assume o controle do nosso coração – “... o amor do Pai não está nele”
Amor do Pai significa o amor em direção ao Pai. Ou seja, nosso coração não comporta dois amores,
pois ninguém pode servir a dois senhores.
Essa é mais uma razão porque Deus fez o casamento
monogâmico – em nosso coração não cabe mais de um amor.
Ilustração: 1) Demas em II Tm.
4.9-10 – Quando passou a amor o mundo não podia mais ficarm na companhia de
quem amava a Deus.
2) O jovem rico
Mc. 10.17-22
II. O MUNDO NOS CEGA PELA PAIXÃO (16)
Quando alguém está apaixonado, perde a
sensatez e não consegue ver o perigo a sua frente. Vemos isso no caso da louca
paixão de Amnom por sua irmã Tamar – II Sm. 13
Como João nos mostra a cegueira do mundo que pode vir
sobre nós? Ele fala das coisas que há no mundo e afirma que elas “não procedem de Deus”. Isso deveria ser
suficiente para não entregarmos nosso coração ao mundo, mas quando estamos
apaixonados não conseguimos perceber o perigo.
Quais as coisas do mundo que não vem de Deus?
A.
A concupiscência
da carne – desejo forte descontrolado que
brota do nosso coração e nos domina. A carne é a velha natureza que
recebemos como herança dos nossos pais.
Podemos dizer que está no mundo porque o mundo é a
esfera da sua operação.
B.
A concupiscência
dos olhos – a tendência por se deixar cativar pela aparência externa das coisas
sem examinar seu real valor. Alguém descreveu da seguinte maneira: “Desejo pela
beleza divorciada da bondade”. A verdadeira beleza se manifesta quando envolve
a bondade ou a santidade.
Ilustração: O jovem tolo de Provérbios que cede aos
encantos da mulher adúltera - Pv. 7.6-27
C.
A soberba da vida
– a arrogância ou vanglória pelas coisas externas, ostentação pretenciosa,
desejo de brilhar de modo a ofuscar os outros. Podemos dizer que a soberba da
vida é a vaidade.
III. O MUNDO ANULA NOSSA RAZÃO (17)
A
pessoa apaixonada perde a noção e o equilíbrio. A paixão domina seus
pensamentos, sentimentos, tempo e força, ficando incapaz de ver os riscos que
estão envolvidos naquela paixão.
O mundo nos ilude ao disfarçar diante de nós sua
fragilidade, pois tem vida curta. João diz que o “mundo está passando”, não consistência, enquanto o que faz a
vontade de Deus permanece eternamente. Jamais passará.
Isso nos lembra o testemunho de Salomão em Eclesiastes,
onde ele relata seu desespero em busca de um sentido para a vida nas coisas e
pessoas do mundo, mas tudo que encontrou foi vaidade.
Ilustração: Asafe se
comparando a um animal irracional – Sl. 73.21-22
CONCLUSÃO -
Depois de ouvir os motivos porque não podemos amar o
mundo devemos perguntar a nós mesmos: será que tenho vivido numa relação de
amor para com esse mundo, desprezando a Deus? Algumas perguntas podem ajudar...
1.
Onde me sinto mais
à vontade: no ambiente onde as pessoas tem comunhão com Deus, ou nos círculos
do mundo?
2.
Quais os alvos e
valores que mais me estimulam e que são as prioridades da minha vida: as
glórias do mundo ou o reino de Deus?
3.
Qual a motivação
consciente que dirige as minhas ações e planos: a glória de Deus ou conquistas
do mundo?
4.
Pelo que estou
pronto a me sacrificar, dedicando meu tempo, toda minha força e meus talentos?
Pelas conquistas que almejo neste mundo ou pelos tesouros celestes?
5.
Quem recebe o
melhor de mim e quem recebe as migalhas do meu tempo, afeições e talentos? O
mundo ou Deus? Já vi muitos casos onde um servo de Deus envolvido na igreja,
servindo nos ministérios, ofertando para o reino de Deus, interessado na
Palavra começa a se encantar pelo mundo e entra num espiral descendente de
frieza espiritual, tornando-se irreconhecível por causa das tão grandes
mudanças. Era alguém que aconselhava os fracos com a Palavra, demonstrando o
engano do seu coração, mas depois passaram a viver no seu próprio, tentando
achar justificativas para seu próprio erro.
É
bom lembrar que Deus não reconhece discípulos de coração dividido. Se este é o
seu caso, examine se é um verdadeiro discípulo de Cristo, ou apenas um
simpatizante do evangelho.
Mas
também quero reforçar que Deus está pronto a lhe receber e ajudar se você
verdadeiramente estiver disposto a entregar seu coração totalmente ao Senhor.
Foi assim em I Samuel 7.
Terminemos
com o apelo de do Pai em Provérbios 23.26
Pr. Jenuan Lira
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