Conflito Árabe-Israelense - A Batalha Espiritual: A Explicação Final para Universal Rejeição de Israel

Pr. Jenuan Lira.

 

Conflito Árabe-Israelense

A Batalha Espiritual:

A Explicação Final para Universal Rejeição de Israel

 

         Não se precisa ser um excelente observador para perceber que, em geral, no mundo existe um difundido e marcente anti-semitismo. Para quem não tem a perspectiva bíblica, o problema pode ser explicado por fatores históricos e sociológicos. Porém, tal análise representa conhecimento apenas da superfície do problema.

            Para compreendermos bem tudo que está acontecendo no Oriente, precisamos levar em conta o conflito espiritual que se desenrola no palco da história humana, que somente pode ser desvendado com ajuda da revelação de Deus nas Sagradas Escrituras.

 

A ORIGEM E RAZÃO DA BATALHA ESPIRITUAL

 

            Conforme seus próprios desíginos, na eternidade passada Deus resolveu ter um reino (I Tm. 1:17). Os súditos do Seu reino seriam dois tipos de criaturas: anjos e homens.

            Os anjos, criados em primeiros lugar, formando um exércitos incontável A Bíblia fala de miríades de miríades e milhares de milhares (Hb. 12:22; Ap. 5:11). Uma miríade é igual a 10.000.

            O Homem foi o segundo súdito criado. Deus entregou o domínio da “província” da Terra a Adão. Estava se estabelecendo uma teocracia, a forma de governo estabelecido originalmente: Desu reinando por meio do um representante. Adão recebeu a responsabilidade de administrar a criação de Deus, como seu representante.

 

A.     A rebelião na criação e suas consequências

 

         A rebelião angelical (Is. 14 e Ez. 28)

 

             O principal dos anjos criados, Lúcifer ( “luzente”), um querubim responsável por conduzir os anjos na adoração do Criador, resolveu rebelar-se e ser igual a Deus.

            Lucifer notou que para ser igual a Deus precisaria de um reino, de anjos e de homens como súditos. Sendo incapaz de criar seus súditos ( anjos e homens), Lúcifer, doravante chamado Satanás (adversário), resolveu aliciar seguidores dentre os seres criados por Deus. Sua primeira investida foi contra os anjos. Ele conseguiu persuadir a muitos que passaram a servi-lo ( Mt. 12:24; 25:41; Ap. 12:7-9). A Bíblia fala de pelo um terço de anjos rebeldes.

 

 

  A sedução dos homens ( Gn. 3)

 

             Assumindo a forma enganosa de uma serpente, Satanás tenta seduzir o homem por meio da mesma motivação que ele tinha no coração por ocasião da sua revolta – Ser igual a Deus.

              Em essência, Satanás diz: até aqui Deus tem reinado sozinho, absoluto no universo. Só Ele manda e só vocês obedecem. Mas se vocês se associarem comigo terão declarado sua independência, serão responsáveis pelo seu destino. Adão e Eva resolveram aceitar o proposta de Satanás.

            Aceitação da proposta enganosa de Satanás é o que conhecemos com a queda do Homem. A humanidade caiu do seu estado de santidade e favor aos olhos de Deus. E imediatamente surgiram as consequências:

 

ü Morte espiritual imediata – Gn. 2:16-17 (separação entre o Homem e Deus)

ü Doenças, deformidades e morte física – Gn. 5 ( A história de todos terminam com a morte)

ü  Poluição do meio ambiente

ü  Caos para a província da terra: problemas agrícolas (Gn. 3:17-18), transformação dos

               animais que, de mansos e não carnívoros, passam a ser selvagens e carnívoros

( Gn. 1:30;  Rm.8: 19-22)

 

ü  O homem deixa de ser membro do reino de Deus e passa a ser membro do reino

                    de Satanás ( I Jo.3:10; Cl.1:13).

 

Isso indica que todos os não salvos são filhos de Satanás, no sentido de que perderam sua filiação com Deus. Uma vez que a rebelião foi decidida pelos dois primeiros seres humanos, pelo princípio de reprodução segundo a espécie, todos os seres humanos nascidos dali por diante já chegariam ao mundo como membros do reino das trevas.         A única exceção foi Jesus que foi gerado pelo Espírito Santo

            Outra consequência: a teocracia foi banida da terra - (Lc. 4:6; Jo.12:31; II Cor. 4:4 I Jo 5:19). Deus deixou de ter um representante no governo da terra. De teocracia, a terra passou a experimentar a “satanocracia”.

 

   B. O propósito da História

 

            Com a sua sedução, Satanás conseguiu instalar seu reino na Terra. Agora havia dois poderosos reinos dentro da História. A partir daí, inicia-se uma intensa batalha espiritual entre esses dois poderosos reinos. Essa batalha nos fornece a chave para entendermos o propósito último da História que é “fornecer o ambiente no qual Deus glorifica a si mesmo através do fato de demonstrar que somente Ele é soberano, e que nenhuma das suas criaturas vai destroná-lo da Sua posição de Soberano Senhor do Universo”. Na História Humana Deus reivindica sua soberania.

           

             Para concluir com êxito seu propósito para a História, Deus deverá fazer 3 coisas antes que a História tenha fim :

 

            1. Esmagar a Satanás e erradicar seu reino deste mundo

 

            2. Deus deve restaurar seu reino teocrático na terra: Ele precisa de um “Adão” atuando como governante, representante dele na terra. Isto vai acontecer com Cristo, o último Adão ( I Cor. 15:45). Ele vai restaurar a teocracia à terra. Não fazendo isso Ele terminaria como um Deus derrotado, uma vez que seu propósito na criação do homem foi fazer surgir uma teocracia no mundo.

 

            3. Reverter as conseqüências trágicas do fato do homem ter se associado a satanás na sua rebelião ( p.e. eliminar a maldição sobre a natureza) precisa desfazer os efeitos do pecado sobre a criação.

 

   C.  A primeira promessa do Redentor (Gn. 3:15)

 

            À luz dessas três necessidades, a Promessa do Redentor torna-se extremamente interessante.

 

            Neste versículos temos algumas informações essenciais para compreendermos a intensidade da batalha espiritual entre Deus e Satanás.

            A descendência de Satanás são os que espiritualmente lhe pertencem, os seres humanos não salvos.

            O descendente da Mulher será uma criança filha de uma mulher o qual viria esmagar a cabeça da Serpente (erradicar do mundo o reino da Serpente).

            Por sua vez, a Serpente haveria de inocular Seu veneno no “calcanhar” do Redentor. Era a forma de Deus falar da necessidade da morte do Descendente. Mas essa aparente derrota seria a forma de Deus restabelecer Seu domínio na Terra, retirar das mãos de Satanás o poder que lhe fora dado.

            Sendo que o Descendente é um Ser divino, o veneno da morte não pode detê-lo. Pelo contrário, Ele pagaria o salário do pecado do Homem, possibilitando a reconstrução do reino de Deus no mundo. Pelo derramamento do Seu sangue, o mundo experimentaria a remissão dos pecados (Hb. 9:22).

 

            Sabendo dos planos divinos de destrui-lo por meio do Descendente, o trabalho de Satanás daí por diante será tentar impedir que o Redentor chegue ao mundo. Assim, Ele vai agir desesperadamente a fim de evitar a vinda do Filho de Deus ao mundo. E ele não vai poupar esforços para destruir todos que possam ser intrumentos de Deus para o cumprimento da Promessa.

 

D. A batalha espiritual desde o nascimento de Abel até ao chamado de Abraão

 

            Neste ponto, de modo seletivo, vamos notar em alguns episódios como Satanás empreende todo esforço para impedir a vinda do Redentor nos primórdios da história da humanidade e de Israel, sendo derrotado por Deus em cada uma das suas tentativas.

 

  1. Primeiro nascimento e primeiro homicídio

 

Caim jamais experimentou a salvação de Deus. Era um representante do reino de Satanás.

Abel, pelo contrário, experimentou a salvação. Satanás, aparentemente, concluiu que o Abel era o Redentor ou que Este viria de algum dos seus descendentes. Por isso Satanás incitou Caim a assassinar seu irmão. Sabemos que Satanás está por trás desse homicídio por referências como Jo. 8:44; I Jo. 3:12

 

  1. Apostasia da raça humana

 

Um assassinato foi a primeira investida de Satanás para impedir a vinda do Redentor.

Mas Deus se contrapôs, dando a Adão e Eva um outro filho temente a Deus chamado Sete (substituto – Gn. 4:25). É interessante notar que Jesus é descendente de Sete (Lc.3:23-38)

            A segunda tentativa foi promover a corrupção da raça humana de um modo tal que o próprio Deus teria de se afastar da história humana. A fórmula que ele usou foi promover a apostasia da raça.

            Através de Caim, Satanás começou a edificar uma civilização humanista, sem Deus. A sociedade começou a degradar-se, especialmente através da poligamia e da violência (Gn. 4:16-24). Para fazer a avançar mais a corrupção, Satanás se utilizou de anjos caídos para coabitarem com mulheres, gerando filhos totalmente corrompidos ( Gn. 6:2,4). A Bíblia afirma que não há salvação para anjos caídos (II Pe. 2:4; Jd. 6; Mt. 25:41). Desse modo, se Satanás conseguisse introduzir na raça humana uma linhagem angelical corrompida, destruiria o plano de redenção de Deus, evitando o nascimento do Salvador.

            Em Gn. 6:5 diz a que ponto havia chegado a corrupção. Deus precisava agir de um modo que seu plano fosse mantido.

 

  1. O Dilúvio

 

Deus destruiu toda humanidade pervertida, conservando o único homem justo, com sua

Família, os quais eram descendentes de Sete.

            O dilúvio foi a forma como o Senhor se contrapôs às iniciativa do inimigo de perverter a raça humana de modo irremediável.

 

  1. Um novo começo e uma nova apostasia

 

      a. A pena capital - Gn. 9:5-6. A razão de Deus instituir a pena capital imediatamente após o

dilúvio era para que assassinos não permanecem vivendo sua rebeldia sobre a terra, espalhando essa atitude na sociedade, como fizera Caim. A pena capital aparece como fruto da contraposição de Deus em relação às investidas de Satanás. Era um meio de restringir o espalhar da atitude rebelde na Terra, que se espalha por meio de assassinos vivendo na sociedade.

            Junto com a pena capital, Deus institui o governo humano, o responsável pela aplicação desse castigo. Em Rm. 13:4, Paulo fala do uso da espada (execução de homicidas) pelo governo. Fazendo assim, o governo está participando da obra de Deus contra Satanás. Com o governo, Deus estava tentando criar um mecanismo que evitasse a anarquia e a arbitrariedade na sociedade.

 

      b. A história de Babel

 

Foi uma desobediência à ordem divina de “encher a terra”, dadas logo após o dilúvio.

Querendo tirar proveito da psicologia de massas, Satanás trabalha no sentido de manter as pessoas juntas. Isso facilitaria o controle e criaria um ambiente propício para uma nova disseminação da rebeldia.

            Satanás trabalha nos descendentes de Noé incitando-os à construção de uma cidade: Babel. Nela haveria uma torre-templo ou zigurate que chegasse aos céus. “Chegar aos céus” era outra forma de dizer que pela união da religião e da cultura o homem poderia iniciar um progresso ilimitado.

            Em Gn. 9:4, os homens expressam sua rebeldia contra o mandamento de “encher a terra”. Como reação a mais essa investida satânica, Deus “confundiu as línguas”. Com isso os homens tivera que se espalhar.

            Isso deu início a outra coisa nova: as nações da terra – mais um fruto da batalha espiritual entre Deus e Satanás.

            Entre os impérios surgidos nessa época, Gn. 10:8 menciona o de Ninrode. Fontes extra-bíblicas nos dão conta de que a esposa de Ninrode deu início à primeira seita após o dilúvio: Religião de Mistério da Babilônia (cf.Ap. 17:5).

O termo hebraico Babel (portão de Deus) acaba sendo traduzido no restante da Bíblia como Babilônia (confusão). Em grego, Babilônia quer dizer confusão. Também significa “porta de Bel” (Baal). A esposa de Ninrode se autodenominou sumo sacerdotisa dessa religião. E passou a ser adorada principais vias de acessos à cidade de Babel ou Babilônia. Nesses locais edificou pequenos santuários com imagens de um Madona, uma mulher com uma criança no colo. As imagens a representavam, e ela terminou dando a si o título de Rainha dos Céus. As pessoas paravam nesses santuários e adoravam à rainha dos céus.

Nos mil anos seguintes, essa religião se espalhou por diversas nações pagãs. Conforme o lugar, a sacerdotisa recebeu nomes diferentes. No Egito era Ísis, em Roma Vênus, na Babilônia Istar e na Grécia Afrodite. Mas em todas as nações a deusa recebia o mesmo título: rainha dos céus.

Em vários momentos a Bíblia fala do envolvimento de Israel no culto a Baal. Por exemplo, quando Jezabel, originária de Tiro estabeleceu a religião de Baal no reino do norte, neste culto sempre havia rituais de adoração à rainha dos céus. Em Jeremias 44, pode-se ver o quanto o culto a Baal estava impregnado na nação de Israel.

Assim, após o dilúvio, uma outra coisa nova surge na história: o culto a falsos deuses.

             5. Aliança Abraâmica

 Dez gerações após o dilúvio, quando as nações já estavam estabelecidas, Deus entra em

aliança com Abraão e promete formar uma nação especial através dele. Por meio dessa nação, todas as nações da terra seriam abençoadas (Gn.12:3). Posteriormente fica claro que o Redentor seria um descendente físico de Abraão, através do qual todos os povos seriam benditos.

            Naturalmente, sabendo que o Redentor viria da nação de Israel, Satanás passa a agir com o fim de destruir essa nação.

 

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