Conflito Árabe-Israelense - A PRESENÇA DE ISRAEL NA PALESTINA E AS PROFECIAS BÍBLICAS

 Pr. Jenuan Lira.

 

Conflito Árabe-Israelense

A PRESENÇA DE ISRAEL NA PALESTINA

E AS PROFECIAS BÍBLICAS

            

            Por trás da história visível existe a História invisível. E essa determina aquela. O mundo em que habitamos é palco de uma intensa luta entre os impérios da luz e das trevas (Ef. 6:10-20; II Cor. 4:4; Mc. 3:20-30).

            A história das nações atesta o fato de que o levantamento e queda dos impérios seguem o programa de Deus, que remove reis e estabelece reis (Dn. 2:21). Foi assim com os grandes impérios mundiais mencionados nas Escrituras: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grego e Romano. Cada um deles encontra Seu lugar nos desígnios do Deus Eterno que “está nos céus, e tudo faz como lhe agrada” (Sl. 115:3).

            Assim como ocorre com todas as nações, muito mais com a nação de Israel, povo eleito de Deus (Is. 41:8). Esse povo foi escolhido pela livre graça de Deus, conforme a vocação e as promessas a Abraão. Por ele nos foram dadas as Escrituras e por meio dele Deus se fez Homem e habitou entre nós. A este povo foram feitas promessas que ainda aguardam pleno cumprimento. Tais promessas estão relacionadas à instauração do Reino de Deus neste mundo nos tempos escatológicos (At. 1:6; Sl. 2:8-9; Ap. 19:15, 20:4; Dn. 7:22, 27; etc.).

            O papel que Deus tem determinado para Israel nos Seus planos é a causa final das hostilidades presentes e passadas sofridas pelos judeus. A derrota total de Satanás está diretamente ligada ao cumprimento profético na nação de Israel. Assim, como foi o caso ao longo da história bíblica, o Diabo promove o ódio mundial contra Israel e luta em vão para exterminar esse povo. Conhecer a história de Israel é perceber o braço estendido do Senhor sobre as nações derrotando todos os Seus inimigos e manifestando Sua soberania absoluta.

            O propósito desse estudo é demonstrar a batalha espiritual que determina os conflitos no Oriente, dando evidências de que o projeto divino delineado nas Escrituras está em plano desenvolvimento.

 

            Espera-se que no final cada aluno seja capaz de:

 

            Saber como e por que os fatos no Oriente manifestam a batalha espiritual entre Deus e o reino das trevas, dando evidências de que a Bíblia é verdadeira.

 

            Sentir desejo de participar dessa batalha por meio da oração e do envio de obreiros para aquela região.

 

             Fazer compromisso de se informar melhor a fim de orar pela salvação dos árabes, dos judeus e descobrir formas de promover o reino de Deus na região.

 

A Criação do Estado e as Profecias Bíblicas

 

            Certo teólogo uma vez perguntado sobre uma prova da existência de Deus respondeu imediatamente: Israel. A existência desse povo através dos tempos é uma evidência cabal de que Deus existe e está agindo continuamente no mundo.

           

            PROFECIAS CUMPRIDAS

 

            O estudo das profecias cumpridas aumenta a confiança do crente na Palavra de Deus. Por isso é bom lembrar algumas profecias específicas que se cumpriram tal como foram preditas.

            Se considerarmos, por exemplo, a profecia sobre a pessoa de Cristo podemos perceber quão confiáveis são os profetas de Deus, cujas mensagens estão escritas na Bíblia. Eis alguns exemplos...

 

           

Evento Profetizado

Referência

Nascimento virginal

Is. 7:14

Nascimento em Belém

Mq. 5:2

Matança dos infantes

Jr. 31:15

Fuga par ao Egito

Os. 11:1

Vinda do Espírito sobre Ele

Is. 11:2

Entrada Triunfal

Zc. 9:9

Traição

Sl. 41:9

Venda por trinta moedas de prata

Zc. 11:12

Cuspido e açoitado

Sl. 50:6

Ossos preservados

Sl. 34:20

Recebendo vinagre com fel na cruz

Sl. 69:21

Crucificação, vestes repartidas

Sl. 22:16, 18

Morte pelos pecadores

Is. 53:4-6

 

            Outras profecias cumpridas literalmente dizem respeito à destruição de antigas cidades e impérios. Foi o caso, por exemplo, da destruição da cidade de Nínive, capital do poderoso império Assírio, em 612 a.C. Conforme haviam predito os profetas Naum (2:8-3:7) e Sofonias (2:13-14). Apesar da sua grandeza, a grande cidade de Nínive sucumbiu ao ataque das forças unidas da Babilônia e da Média.

            A queda de Babilônia, capital do império de Nabucodonosor, também é exemplar. Dizia-se que as muralhas da babilônia eram inexpugnáveis. Mesmo antes da Babilônia ter assumido uma posição de destaque no Antigo Oriente, Isaías ousou declarar:

 

“Babilônia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.  20 Nunca jamais será habitada, ninguém morará nela de geração em geração; o arábio não armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores farão ali deitar os seus rebanhos.  21 Porém, nela, as feras do deserto repousarão, e as suas casas se encherão de corujas; ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali” (Is. 13:19-21).

 

            Em 478 a.C., Xerxes, soberano persa, praticamente a destruiu. Por volta de 275 a.C. mudaram para Selêucia, cidade perto do rio Tigre, e a cidade acabou-se completamente. Atualmente ninguém habita no local onde antigamente estava a cidade de Babilônia, pois o solo é nitroso e existe a tradição de que ali habitam espíritos malignos.

            Uma história ainda mais interessante de profecia cumprida é sobre a destruição da antiga cidade de Tiro rainha dos mares, capital da antiga Fenícia. Tiro era conhecida pelo intenso comércio marítimo. No entanto, Ezequiel predisse em detalhes a sua destruição (26:1-21). Em uma batalha que durou treze anos, Nabucodonosor quase a destruiu completamente. Mas não a capturou, nem jogou suas pedras ao mar, como afirmava a profecia (v.12). O povo reconstruiu a cidade numa ilha a um quilômetro da cidade anterior. E cresceu muito. Porém, depois de mais de dois séculos, Alexandre, o Grande, no seu plano de destruição do império Medo-Persa, resolveu conquistar a ilha e para isso usou o entulho da antiga cidade para construir a estrada pela qual seu exército iria passar. Assim, a profecia cumpriu-se literalmente.

           

            ISRAEL NO PROGRAMA DE DEUS

 

            A Bíblia revela que Deus tem um programa que se desenvolve na história humana. Ele age direta e indiretamente levando a história ao clímax que Ele tem definido desde a eternidade. E para alcançar Seus alvos, Deus desenvolve Seus projetos por meio do Seu Filho. Em Cristo, Deus alcançará Seu alvo da convergência do universal em torno de Si mesmo, a fim de que Ele seja tudo em todos (I Cor. 15:28).

            A promessa da vinda do Messias ao mundo inicia-se ainda no Éden (Gn. 3:15). Este versículo é conhecido como o proto-evangelho. Este versículo também explica a luta de Satanás que está empenhado em destruir todos que são instrumentos para fazer cumprir a Promessa. Por isso Israel está bem na mira dos Inimigos.

            Depois de lidar com a humanidade como um todo, o Senhor muda Sua forma de agir e se revelar. Ele escolheu um homem, Abraão, ao qual prometeu terra, descendência e bênção (Gn. 12:1-3). Pela descendência de Abraão, seriam abençoadas “todas as famílias da terra”. Considerando a demora no cumprimento da promessa, e levando em conta a esterilidade de Sara, Abraão, instigado por sua esposa, coabitou com uma serva, Hagar, a qual deu à luz Ismael. Treze anos após, Deus cumpriu a promessa de conceder a Abraão e Sara um filho, Isaque. Ismael e Isaque são patriarcas dos árabes e judeus, respectivamente.

            A vitória do projeto universal de Deus passa por Israel, nação escolhida para fazer avançar Seus propósitos nesse mundo. A Bíblia revela que antes da era eterna, Cristo precisa reinar pessoalmente nesse mundo, a partir do trono de Davi, isso é, como rei de Israel, sendo o soberano sobre toda terra. Esse é o chamado reino milenar, no qual Israel, depois de um reavivamento espiritual (Rm. 11:26), terá ativa participação (Ap. 20:1-6).          No final desse período, será cumprida cabalmente a promessa de Gn. 3:15, quando a Serpente terá sua cabeça esmagada.

            Tais eventos estão ligados diretamente ao retorno do Filho de Davi, o Messias em poder e glória. Tudo gira em torno da segunda vinda de Cristo.

 

 

            O ESTADO DE  ISRAEL NA PALESTINA: IMPORTANTE  SINAL DOS TEMPOS

           

            Ao deixar esse mundo, Jesus declarou que voltaria (Jo. 14:3; At. 1:6-11). Essa é uma antiga promessa do Velho Testamento, confirmado no ensino dos apóstolos.

            Ninguém sabe o dia exato da volta de Cristo, mas Ele falou de alguns sinais dos tempos que indicariam a proximidade da Sua volta. Os fariseus foram repreendidos por não reconhecerem os sinais dos tempos proféticos (Mt. 16:3).

            Um sinal claro da proximidade da volta de Cristo é o retorno dos judeus a sua terra. O ensino das Escrituras é que nos últimos dias os judeus retornariam em massa para sua terra, tendo como conseqüência a criação de um estado judeu. Is. 11:11-12 e Am. 9:14, 15 falam do retorno dos judeus de um modo que não combina perfeitamente com o retorno do exílio babilônico uma vez que esse retorno foi de uma só direção e os judeus foram posteriormente “arrancados da terra” na guerra judaico-romana. Portanto, é bem provável que a nação de Israel que agora existe na Palestina não mais perderá seu direito à terra, caracterizando esse retorno como um grande indicador dos dias finais.

            A profecia de um retorno de judeus em massa para sua terra foi adiada por 1878 anos, e parecia pouco provável que se cumprisse.

            Os primeiros movimentos iniciaram-se em 1897 quando Theodore Herzl, um judeu austríaco, iniciou os congressos sionistas. Não se conseguiu muito pelos congressos, mas o plano avançou quando a Grã-Bretanha conquistou a Palestina no final da primeira guerra. Nessa época, quando o general Allenby tomou da Turquia o controle da Palestina, a atitude da Grã-Bretanha em direção aos judeus era favorável. Isso vai mudar drasticamente na época da independência de Israel.

            Aproveitando a ocasião, muitos judeus voltaram para a Palestina. Num espaço de cerca de 70 anos mais de 600 mil judeus retornaram.

            A política britânica em relação a Israel mudou drasticamente. Tanto que em 1939 as cotas de imigração foram reduzidas severamente – muitos navios vindos do sul da Europa não podiam aportar na Palestina. Isso iniciou uma terrível tensão na Palestina, à medida que os judeus tentavam sabotar a política britânica. A situação piorou tanto que a ONU resolveu determinar um plano de partição da terra, votado em 27 de novembro de 1947. Nesse tempo, o brasileiro Oswaldo Aranha era o secretário geral da ONU. Mas vitória dos judeus desgostou os árabes que iniciaram uma guerra planejada de enormes proporções que durou seis meses. Finalmente, a Grã-Bretanha se retirou da Palestina no dia 14 de maio de 1948, dia em que os judeus se declararam um Estado soberano.

            A declaração de soberania de Israel acendeu o ódio árabe que formou  uma coalizão de países (Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque) para varrer Israel para o Mediterrâneo. Os britânicos estavam certos de que esse seria o resultado da luta. Mas foi o contrário. No final, após uma série de tréguas sempre rompidas pelos árabes, Israel se apossou de grandes áreas de terras antes designadas para os árabes. Tais fronteiras permaneceram até a Guerra dos Seis Dias, em 1967. No final, Israel conquistou a posse de Jerusalém, com acesso ao Muro das Lamentações. Também assumiu o controle da área de Templo, um passo a mais em direção da reconstrução do último Templo.

            O moderno Estado de Israel é uma prova de que os dias finais se aproximam. Isso não pode ser exagerado, como fazem alguns, pois Deus pode muito bem ter determinado a permanência de Israel na terá por muitos anos antes dos tempos apocalípticos. Mas com a nação instalada na Palestina e com os vários detalhes que se encaixam dentro da descrição dos tempos finais, podemos crer que a vinda de Cristo está às portas.

 

            A existência atual de, contra todas as possibilidades naturais, mostra-nos que Deus está agindo a fim de fazer cumprir a Sua Palavra, a qual “não pode falhar” (Jo. 10:35). Não interessa se o mundo e o próprio inferno se levantarão contra o projeto de Deus. O Senhor é o Rei do universo e nenhum dos Seus planos pode ser frustrado.

            A resistência de Israel diante dos seus inimigos, mais numerosos e aparentemente mais fortes, nos ensina que quando o Deus de Israel está do nosso lado, nenhum inimigo poderá nos destruir.

 

            “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl. 46:10

 

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